Depressão

Para entender o que é depressão, primeiramente é preciso diferenciá-la da tristeza “normal”. Todos podem se sentir tristes de vez em quando, pois essa emoção faz parte da vida do ser humano, que está sujeito a enfrentar situações adversas na sua vida diária. E isso, necessariamente, não significará que esteja com uma depressão clinicamente reconhecida.
A Depressão é uma doença afetiva ou do humor, não é simplesmente estar de “baixo astral” passageiro. Também não é sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou esforço. […] A Depressão, de um modo geral, resulta numa inibição global da pessoa, afeta a parte psíquica, as funções mais nobres da mente humana, como a memória, o raciocínio, a criatividade, a vontade, o amor e o sexo, e também a parte física. Enfim, tudo parece ser difícil, problemático e cansativo para o deprimido”. (ANGERAMI-CAMON, V. A. Depressão e psicossomática. São Paulo: Pioneira Thomson learning, 2001).
A depressão é uma doença “do organismo como um todo”, que compromete o físico, o humor e, em consequência, o pensamento. A depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si e como pensa sobre as coisas.
Existe grande diferença entre a tristeza e o luto normais em relação à Depressão. O luto pode trazer grande sofrimento, mas não costuma provocar um episódio de Transtorno Depressivo Maior.
A pessoa deprimida não tem ânimo para os prazeres e para quase nada na vida, de pouco adiantam os conselhos para que passeie, para que encontre pessoas diferentes, para que frequente grupos religiosos ou pratique atividades físicas. Os sentimentos depressivos vêm do interior da pessoa e não de fora dela, e é por isso que as coisas do mundo, as quais normalmente são agradáveis para quem não está deprimido, parecem aborrecidas e sem sentido para o deprimido.
A Depressão, de um modo geral, resulta numa inibição global da pessoa, afeta a parte psíquica, as funções mais nobres da mente humana, como a memória, o raciocínio, a criatividade, a vontade, o amor e o sexo, e também a parte física. Enfim, tudo parece ser difícil, problemático e cansativo para o deprimido”. ANGERAMI-CAMON, V. A. Depressão e psicossomática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001).
Quando ocorrem em conjunto, os sintomas depressivos e o prejuízo funcional tendem a ser mais graves, e o prognóstico é pior, comparado com o luto que não é acompanhado de Transtorno Depressivo Maior

Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)

Na América Latina, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão e o segundo país com maior prevalência nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No primeiro ano da pandemia de COVID-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Organização Pan-Americana da Saúde é uma organização internacional especializada em saúde. Criada em 1902, é a mais antiga agência internacional de saúde do mundo.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e estima que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno. Mulheres são mais afetadas que homens. No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio.
A OPAS/OMS aponta ainda a importância da genética em algumas formas de depressão, apesar de indivíduos sem histórico familiar também apresentarem o transtorno.
A gravidade, frequência e duração variam de acordo com cada pessoa e suas condições psíquicas.

Transtorno Depressivo e o DSM V

Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. Transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais, profissionais ou outras atividades importantes.
Os Transtornos Depressivos incluem:
⦁ Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor;
⦁ Transtorno Depressivo Persistente (Distimia);
⦁ Transtorno Disfórico Pré-menstrual;
⦁ Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento;
⦁ Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição Médica;
⦁ Transtorno Depressivo Não Especificado;
⦁ Transtorno Depressivo Maior (incluindo episódio depressivo maior)
O transtorno depressivo maior representa a condição clássica desse grupo de transtornos. Ele é caracterizado por episódios distintos de pelo menos duas semanas de duração (embora a maioria dos episódios dure um tempo consideravelmente maior) envolvendo alterações nítidas no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas, e remissões interepisódicas.

Critérios do DSM V para Transtorno Depressivo Maior

Segundo o DSM V, existem alguns critérios observáveis para definir a existência do Transtorno Depressivo. Esses critérios dão conta de que os sintomas devem causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
É preciso que cinco ou mais sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representem uma mudança em relação ao funcionamento anterior. Pelo menos um dos sintomas seja humor deprimido ou perda de interesse ou prazer.
⦁ Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias (sentir-se triste, vazio, sem esperança);
⦁ Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia;
⦁ Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias;
⦁ Insônia ou hipersonia quase todos os dias;
⦁ Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento);
⦁ Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
⦁ Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada;
⦁ Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias;
⦁ Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer);
⦁ Ideação suicida recorrente sem um plano específico;
⦁ Tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.

Tratamento do Transtorno Depressivo

É necessário avaliar as psicopatologias e averiguar o diagnóstico do paciente, e às vezes é necessária a psicoterapia para que o paciente não desista da medicação. Sempre se faz necessário unir medicação e tratamento correto para o real enquadre sócio afetivo do paciente e a remissão de seus sintomas.
“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra[…]
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas”
(Poema No Meio do Caminho, Carlos Drummond de Andrade)
Às vezes a única coisa que conseguimos ver em nossas “retinas tão fatigadas” é a pedra que impede nosso caminho. Não conseguimos enxergar o caminho que está para além da pedra e precisamos de ajuda para chegar até ele. Na Depressão só se consegue ver a pedra. Na cura, consegue-se enxergar o caminho.
O tratamento da Depressão se dá com psicoterapias adaptadas para o controle e o alívio dos sintomas e com o uso de medicação adequada, quando necessário. Caso você esteja sentindo alguns dos sintomas deste artigo é fundamental procurar ajuda profissional especializada.

Clique aqui para marcar uma consulta.

Fonte:
DSM V
https://bvsms.saude.gov.br/oms
https://www.paho.org

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram